Um sonho de amor

 

Se alguém me perguntasse para explicar a Biodanza, o que eu responderia?

Foi pensando assim, arrumando todas as ideias no lugar, que assim respondo.

Biodanza é um sistema de integração do indivíduo consigo mesmo, com os outros, e com o Todo. Vivemos em uma sociedade de indivíduos para os quais a vida por muitas vezes perdeu seu significado intrínseco, de conexão, cuidado, e de amar e ser amados. 

A Biodanza é então uma reeducação para a vida, para a plenitude, a alegria e a beleza da vida. 

Biodanza acontece em grupos, em geral semanalmente, e utiliza a música e o movimento expressivo, pleno de significado, provocando vivências profundas, desfazendo barreiras emocionais e de crenças, acessando os potenciais positivos de cada indivíduo, permitindo uma jornada de cura e ressignificação da vida e das relações humanas.

A Biodanza trabalha com os potenciais humanos de vitalidade, criatividade, prazer, afetividade e transcendência, e essas cinco linhas de vivências abrem um vasto leque para o desenvolvimento humano!

Biodanza pode ser vivenciada por pessoas de todas as idades, crenças e genêro. Assim crianças, jovens, adultos, idosos, com ou sem limitações físicas ou mentais podem usufruir de seus benefícios, em programas específicos para cada grupo.

Um encontro de Biodanza pode acontecer em locais públicos, como praças e parques, como também em escolas, asilos, presídios, empresas, etc. Há em Biodanza uma infinidade de recursos adequados a cada situação e proposta vivencial ou terapêutica. E por toda sua versatilidade, Biodanza hoje está presente em todo o mundo, nos mais diversos países. 

Aos poucos uma rede de confiança, afeto, respeito e intimidade entre os participantes vai se estabelecendo, nutrindo uma jornada de cura pessoal e coletiva. Os valores críticos, julgadores, fragmentados, desconectados de uma sociedade doente se desfazem, para dar lugar ao amor, ao respeito e à alegria de viver.

A vida é um grande palco, e nós somos os artistas que nele se apresentam. Como eu quero me apresentar? Como me desloco pela vida? Continuarei rígida, vivendo aos tropeços, ou desejo me deslocar com fluidez? Como quero enfrentar os obstáculos? Baterei neles de frente, ou serei adaptável, contornando-os com leveza? Como desejo me relacionar com meus semelhantes, em embates e conflitos, ou tentarei me relacionar com gentileza, respeito e amorosidade? Como quero pisar o chão que me sustenta nessa vida? Em passos incertos, ou com confiança? Como pode ser sempre melhor? E se Deus, qualquer que seja o nome que Lhe dou, existe, de que forma posso alcançá-Lo?

E se houver um espaço, de segurança e nutrição, onde eu possa me perceber, experimentar meus limites e ir além, reconhecer minhas emoções, onde eu possa ensaiar meus passos pela vida? Esse lugar existe e se chama Biodanza.

A cada encontro de Biodanza vivemos um laboratório de vida, onde podemos aperfeiçoar nossos passos e gestos vitais, onde podemos ressignificar e curar nossas experiências passadas, e dar um novo valor de beleza e gratidão a cada relacionamento. Uma redescoberta infinita de nossos potenciais para a felicidade, ao cuidado à vida, e para a criação de uma sociedade solidária e pacífica. E isso é dançar a vida, isso é  Biodanza!

Minha singela homenagem a Rolando Toro, o mestre do afeto,  um homem visionário, apaixonado pela vida, o genial criador da Biodanza, no dia de seu nascimento, 19 de abril!

Ana Liliam