Os versos místicos do poeta sufi Rumi



Oh, dia, levanta! Os átomos dançam,
as almas, loucas de êxtase dançam.
A abóbada celeste, por causa deste Ser, dança,
Vem, ao ouvido te direi aonde leva esta dança.



Vê como as partículas do ar,
E os grãos de areia do deserto giram desnorteados.
Cada átomo, feliz ou miserável,
gira apaixonado, em torno do sol.




Vem, vem,
seja tu quem fores,
não importa se um infiel, um idólatra,
ou um adorador do fogo.




Vem,
nossa irmandade não é um lugar de desespero,
vem, mesmo tendo violado teu juramento cem vezes,
Vem assim mesmo!




Ninguém fala para si mesmo em voz alta,
já que somos todos um,
falemos deste outro modo.
Os pés e as mãos conhecem o desejo da alma.

Fechemos pois a boca e conversemos através da alma,
só a alma conhece o destino de tudo,
passo a passo.
Vem, se te interessas, posso mostrar-te.



Sofreste em excesso,
por tua ignorância,
carregaste teus trapos de um lado para outro,
agora fica aqui.

Na verdade, somos uma só alma, tu e eu.
Nos mostramos e nos escondemos, tu em mim, eu em ti.
Eis aí o sentido de minha relação contigo,
Porque não existe, no tu e eu, nem eu, nem tu.



Se busco meu coração, o encontro em teu quintal,
Se busco minha alma, não a vejo a não ser nos cachos de teu cabelo.
Se bebo água, quando estou sedento
Vejo na água o reflexo do teu rosto.
enviado por Stella

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