Um dia...

Não me incomoda envelhecer,
com secam e caem as flores,
como tudo que nasce e um dia tem que partir,
e caminha lentamente para seu fim.

Posso me ver como velha anciã,
longos cabelos brancos,
os olhos grandes e calmos,
profundos lagos...
Ou como senhora,
digna e conhecedora de almas...
Ou madura,
ainda cheia de vida, de sonhos que jamais envelhecem!

Só me incomoda envelhecer se eu não puder rir e brincar,
escrever poesias de amor insanas,
ouvir todas as canções de alma,
dançar toda a alegria que vai no coração.

Se eu não puder,
muito abraçar e beijar,
pegar nas tuas mãos,
olhar em teus olhos e não me emocionar.
Então não valerá à pena viver e envelhecer,
se não for para admirar todas as flores,
ouvir o canto dos muitos pássaros que vem me ver,
sentir o cheiro da terra molhada da chuva que agora cai...

Um dia, quando eu envelhecer,
quero voltar a ser a criança peralta que não fui,
quero ainda fazer tudo aquilo que ainda não deu,
quero ser cada vez mais jovem por dentro,
amante da vida e de toda a beleza que há na vida,
pois a velhice chega por fora,
mas não encobre e eterna meninice,
da alma sonhadora que mora dentro da gente!

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