Aonde estás senão aqui?

Minha alma eu procurei...
Aonde estás, aonde estás, aonde estás...
Saí ao teu encalço,
pedaço por pedaço,
linha por linha,
palavra por palavra,
cada pedacinho perdido de meu coração...

aonde estavas, aonde estavas...
Eu te chamei,
eu te supliquei,
mil vezes mais,
mil vezes mais...

Saí ao teu encalço,
cada pedacinho por mim perdido,
e te procurei por entre mil caminhos,
nas valas e precipíos,
em que masmorras do tempo estás presa?
Em que oceanos profundos te escondes?
Eu ei de te achar,
e mergulhei, e atravessei cavernas obscuras,
e desci,
e desceria ao inferno
por ti,
por mim, minha alma de mim perdida...

E lutaria com dragões,
que venham!
E cortarei a cabeça de mil serpentes,
que venham!
E empunharei a espada,
e correrei todos os riscos,
somente para te ter inteira,
alma minha partida em mil pedaços...

E assim caminho,
atenta à luta,
humilde peregrina da alma...

Mas ontem estavas aqui,
pude te sentir
sob minha pele,
não mais perdida,
apenas criança adormecida...

Dorme minha alma,
que é quase hora de acordar!
Dorme minha querida,
que é quase dia de despertar!
Pois que me senti inteira,
sempre fui!
E nada se perdeu,
nas aflições e dores do mundo!
E no desdobrar do tempo,
vi me refulgir, brilhar mais que toda escuridão!

Ana Liliam

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