Verdadeira como a vida


Pudesse eu ser verdadeira como a vida,
Como o dia,
Que também escurece,
Também noite é.

Pudesse eu nada te esconder,
O meu sofrer, o meu silêncio,
As minhas sombras...

Pudesse eu revelar tudo o que sou,
E o meu amor
Seria inteiro, não mais ao meio...

Pudesses tu me ver,
Em todas as minhas faces,
Sem mais segredos,
Plena, bela ou feia,
Tu me amarias mesmo assim?

Que queres de mim?
Meia-verdade,
Ou verdadeira?

Deixa-me ser imperfeita,
Como imperfeito o meu amor,
E, só assim,
Terás-me um dia, inteira!

Ana Liliam

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