Apocalipse do homem interior

Um vento forte um dia soprará, um vento quente e abrasador.
Levará com ele todos os sonhos, todas as ilusões.
Depois desta grande ventania nada mais restará, somente poeira e dor.
É o vento dos tempos, anunciando o fim de uma era, e o início de outra.
 Nem pedra sobre pedra, nem família, nem amor.
 De tudo o que se tem, tudo se perderá, e para os poucos que ainda restarem, além da dor, do vazio e da morte, restará uma fé inabalável, uma força capaz de mover os céus e as montanhas, de mover os passos errantes, em uma nova direção nunca antes tentada!

Nos dias de hoje um vento já se faz sentir, abalando todas as velhas estruturas, e para os que se preparam nesta nova jornada, o caminho é o da verdade e do coração.
A estes a lição já é tomada, desprender-se de tudo que se tem, de tudo e de todos a quem se ama, para buscar um só consolo, um só alento nos dias que virão.
Junto a sua dor, junto ao vazio do coração, há uma luz que não se apaga, uma luz que brilhará na imensidão!

Depois de tudo, depois de todos, depois deste vento avassalador, virão as águas, e estas levarão o que restou.
As águas da nova era levarão, lavarão todas as dores, todas as mágoas de um sofrido planeta em evolução.
As águas do Ser transformarão toda dor em amor.
Então todas as terras se moverão, as terras em que se erguem nosso Ser, as terras das carnes, dos ossos, da poeira e do barro de que somos feitos.
E do sopro, e da água, e do barro e do fogo que incendeia as almas e os corpos, um novo Ser surgirá. Um novo ser humano sobre o planeta pisará.

Nos dias que depois virão, poucas lembranças restarão desta nossa civilização, uma outra tomará o seu lugar, e os dias serão de paz e alegria, neste novo mundo que renascerá.
Depois dos tempos apocalípticos do homem interior!

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