Janelas da alma

Abro as janelas da alma,
até então míopes,
para te ver,
quem sabe pela primeira vez...
Respiro e procuro sentir,
meu corpo, um coração que bate,
a vida que em mim vive.
São muitos os meios de comunicação,
e quase nenhum de encontrar-te,
mas eu tento, e vou tentar sempre!
Em meio a palavras vagas,
a gestos tão metódicos,
procuro encontrar uma passagem,
uma brecha,
em que teu olhar encontre o meu,
ou talvez uma outra forma
de tocar teu coração.
Se te encontro,
é a mim que encontrarei,
se te descubro,
sou eu.
Não há outro caminho,
de me tornar a achar,
se não em ti.
Até então da vida quase nada eu vi,
perdida em meu mundinho,
pensamentos que vem e vão,
creio que nunca vivi.
Por isso piso devagar,
tento sentir a terra,
seu aroma inalar,
na esperança de nos encontrar.

Ana Liliam

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