Poeira ao vento


Abro as mãos
e delas deixo escorrer  meus sonhos,
como areia na praia,
como a poeira no vento...
Eu, que com tanto cuidado teci
miríades de ilusões
sob o pano roto da vida,
somente para agora desfiá-los...
E tudo se esvai
e o tempo com eles escoa,
pesaroso, pois o tempo também vai partir,
como tudo mais,
para nunca mais...
Pai, veja minhas mãos vazias,
são Tuas agora,
mais que nunca!
Para que Tu as preencha,
com as dádivas que vim aqui deixar,
antes de também partir...

Ana Liliam

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