Reflexões sobre a Biodanza e a vida

Todos nós temos alguns papéis bem definidos na vida, seja como pais, mães, maridos, esposas, donas do lar, empregados ou patrões, etc. Estes papéis fazem parte de nossas vidas e a estruturam. No entanto, estes papéis não contemplam todo nosso potencial humano, e com o passar do tempo eles podem se tornar limitantes, gerando insatisfação.

Algumas pessoas exercem papéis bem mais ricos e diversificados em suas vidas, talvez como artistas, pesquisadores e em serviços humanitários, relacionam-se com muitas pessoas e encontram a oportunidade de viver mais plenamente sua criatividade, curiosidade e potencial humano. Mas não são muitas as pessoas que se encontram nesta situação, vivendo e expressando sua vida até a idade avançada; em geral as conhecemos de alguma forma, e as admiramos.

A questão é como viver nossos potenciais adormecidos, e mesmo como reconhecê-los e tomar posse deles, para encontrar a plenitude em nossa vida, dando vazão a multiplicidade de aspectos que somos, e, neste contexto reconheço na Biodanza esta possibilidade e dela participo.

E não se trata de fantasia, mas de reaprender a viver a vida. Não há sentido na vida sem o outro, não há como viver sem amar, e nem amar sem ser amado. Como num grande salão de espelhos, no outro eu me descubro; na dança celebro minha força, minha luz, quem sou, quem posso ser, compartilho o melhor de mim e recebo da mesma forma tudo que entrego no momento eterno da presença.

Como um grande laboratório humano eu sinto, eu vivo, eu experimento, eu aprendo, eu me torno a luz que eu vejo refletida em cada um. Venço meus medos, minhas culpas, rompo limites, para me descobrir, para me deslumbrar.

Damos a mãos, nos abraçamos, trocamos afetos, e assim desfaço pouco à pouco os velhos padrões que me separam de meus irmãos, de todos, do mundo. Integro-me, desintegro-me, pulverizo-me para ser quem Sou, para ser parte de tudo e de todos.

Não precisamos ser definidos por nossos papéis na sociedade, na verdade nada pode definir a grandeza e a multiplicidade que somos, mas podemos a todo momento recriar velhos e novos papéis, podemos também ir além de todos eles e encontrar o frescor da vida em cada novo dia.

O amor é a grande força que rege o mundo, é a grande canção do universo, e aprender a dançar esta dança é se tornar uno com o universo e suas forças. A dança do amor é alegria, é beleza, é liberdade, é afinal a expansão de quem realmente Somos. É a vida em plenitude.

Ana Liliam


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