Sem mais nada a dizer

Caminho
um passo de cada vez
por uma estrada por vezes tão escura
sem me deter
sem nada temer.
Respiro
lentamente
tento sentir, despertar
o que está latente.
Uma parte de mim dorme
profundamente
de forma tão inocente
inclemente aos meus pedidos.
Sigo em frente
acordada ou dormindo
toda ou em partes
junto os pedaços.
Rebotalhos
meu corpo ainda em frangalhos
quantos cadáveres
putrefatos!
Entrego a Ti
entrego-me a Ti
nada mais posso fazer
a não ser prosseguir.
Agora é conTigo
um templo, uma pira
para tudo queimar
deixar de ser
sem de fato nunca ter sido.

Ana Liliam

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