Perguntas sem resposta

Tem perguntas que não me esquecem,
eu as faço milhares de vezes,
e elas tropeçam no ar
ecoam nas nuvens
cada vez mais baixinho,
e vão tombando no abismo de silêncio e dor.
É que tem perguntas que doem,
são como navalhas afiadas cortando a alma,
fatiando sem dó as esperanças
que aguardam as respostas.
Só o tempo,
o tempo,
o tempo,
e até este se deixa tombar devagarzinho
e esconde-se no fundo do abismo silencioso...
Até quando?
até quando?
até quando?
e já caiu, se perdeu lá embaixo
com todas as outras.
Eu imagino as respostas
como uma manhã gloriosa,
destas que brilham tanto
que quase nos cegam a vista.
É claro! como é óbvio!
Como não pensei nisto antes?
É que as respostas estão sempre
bem a nossa frente.
A gente tropeça nelas
e não vê.
O que esteve sempre ali,
de tão óbvio se escondeu.
Acredito que Deus não nos deixou sem resposta.
Há uma para cada caso,
para cada lágrima não derramada,
para cada pedra que rola no caminho,
cada pêlo encravado,
cada casca de ferida.
A gente é que é meio tapado
e não vê.
Não é Deus que não quer que a gente veja.
Mas um dia ela virá numa manhã brilhante,
e ecoará cada vez mais alto no céu,
e descerá os vales
e subirá as montanhas,
e atravessará num corisco os oceanos.
Então toda gente saberá.
Ela vai descer como um balde,
inundará a terra.
E a gente toda vai engoli-la,
sorvê-la com sofreguidão.
Então a resposta vai acariciar toda a alma que tomá-la.
Vai se acomodar aos pouquinhos,
cansada da grande jornada,
inteira, sequinha e entregue.
Em paz... dormirá abraçada no colo.
Talvez então uma outra pergunta nasça
dentro do coração da raça humana,
sequiosa de uma outra resposta...

Ana Liliam


Comentários

Anônimo disse…
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