Ovelha rebelde II

Admiro as dóceis ovelhinhas. Seus questionamentos são fáceis, elas estão tranquilas em suas escolhas e seguem o rebanho em paz.
Mas não estou entre elas. Sou uma ovelha rebelde e se sigo o rebanho, é a alguns passos de distância.
Eu questiono, mastigo o que me servem, e cuspo o que não me agrada.
Por onde caminho o ar é sempre fresco. Ninguém me empurra, ninguém me segue.
Em meu caminho a vista é magnífica, e deslumbro o sol em seu nascimento e ocaso.
Sei que ando por entre um campo novo, muitas vezes íngreme e difícil, mas gosto dos desafios.
Não me incomodo se muitas vezes estou só. A solidão me agrada, e assim posso refletir melhor.
Não carrego bandeiras, não visto camisas, não grito palavras de ordem, não obedeço, e se me calo é para seguir em paz. Não sou do tipo que segue as massas.
Carrego meu emblema no peito. Do lado de dentro. Ele me guia, e a Ele sou dócil.

Ana Liliam

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